História da Eternidade


« Como o sequioso que no sonho queria beber, e esgota formas de água que não se sacia e morre abrasado pela sede no meio de um rio: assim Vénus engana os amantes com simulacros, e a visão de um corpo não lhes dá fartura, e nada podem soltar ou guardar, embora as mãos indecisas e mútuas percorram todo o corpo. Por fim, quando nos corpos há presságio de venturas e Vénus está a ponto de semear os campos da mulher, os amantes apertam-se com ansiedade, dente amoroso contra dente; absolutamente em vão, dado que não chegam a perder-se no outro nem a ser um mesmo ser. »
 
 
Lucrécio (por Jorge Luís Borges, in História da Eternidade)

Comentários

Mensagens populares