Televisão nacional

As pessoas estão a tornar-se ridículas. E, consequentemente, a imagem do país representada através dos quatro canais nacionais segue as mesmas pisadas. Não é por acaso que se tornou possível visualizar as tristes figuras que os homens e as mulheres de hoje fazem para ganhar mais uns trocos, quando as suas contas bancárias de certo já estão bem recheadas. O peixe que mais se ouve vender é o histerismo a ecoar pelas ruas portuguesas, as piadas sem graça que todos aplaudem, os sorrisos falsos a preencher as caras bonitas da TV e os assuntos banais que dão pano para mangas mesmo que não façam sentido nem enriqueçam a nossa cultura. O que está na moda é saber quem namora com quem, onde param as maiores celebridades ou apresentar fotografias nas capas das revistas com os “blhac” da semana. Os jornais, assim como os programas de informação nos quais são discutidos temas de interesse cultural, encontram-se em completo estado démodé, e as cabeças desta comunidade são ocupadas maioritariamente por pó e teias de aranha, tais e quais as que uma casa velha, sem qualquer uso, adquire. O estado político, económico e social do país já não são do interesse dos jovens, dando então lugar aos facilitismos e às implantações de uma vida que ninguém gosta, mas que todos dão utilidade. O mal do Homem Português é que dá demasiada importância ao que os vizinhos podem dizer e pensar sobre ele, colocando de parte tudo aquilo que lhe conforta a alma. É preferível, na sua perspectiva, calçar sapatos que lhe magoam os pés em vez de uns confortáveis chinelos, só para ficar bem no retrato português. Contudo, a falta de educação e higiene que se vê no corpo de muitos, fica bem melhor. A verdade é que até este retrato anda a ser pintado com tintas baratas. E, como tudo o que é de má qualidade, um dia que se estrague, não tem conserto.

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