Volta

Já sinto a tua falta. O coração aperta e o sufoco provocado pelas lágrimas é como uma tesoura para as minhas cordas vocais.
Já te sinto longe e, pior que isso, não sinto que algum dia voltes.
Sou uma cobarde. Sou-o por não lutar, por não agarrar na mala e ir ter contigo, dizer-te tudo o que tenho para dizer, dar-te a volta à cabeça as vezes que forem necessárias e calar todas as tuas palavras e dúvidas com um beijo profundo.
Sabes, os sentimentos não mudam facilmente. Por muitas dores que nos provoquem, eles mantêm-se intactos, resistem à maior das tempestades e o fim encontra-se longe. Quando se retrata um sentimento como aquele que guardas em ti, é exactamente isto que se diz, palavra por palavra, porque não há melhor definição para um sentimento assim, tão puro e real. Mas tu és mais confuso que eu, qualquer dor que sintas baralha-te a alma e depois achas que não me fazes feliz. Maior preocupação do que não te fazeres feliz a ti mesmo, é não seres capaz de me fazer a mim, mas digo-te aqui, como sempre te disse em qualquer outro lado, que a maior das felicidades foi a teu lado.
Espero que voltes. Que me venhas bater à porta e me dês uma justificação sincera para a tua partida, que me digas que isto foi um tempo que precisaste só para ti e que estás pronto a regressar a nós. Por ti eu espero; por nós eu acredito no que definiram outrora de «tempo» e redefino-lhe como uma auto-ajuda. Mas volta, volta rápido pois tenho uma lista indefinida de vezes em que me quero perder nos teus braços e na loucura dos nossos sonhos.
Eu aqui estarei, à tua espera, de uma forma ou de outra.