Reencontros

Hoje não me despedi de ti. O que não é normal, pois cada vez que a hora da partida se começa a aproximar, a vontade de me perder na tua boca e nos teus braços aumenta e eu tenho que a apaziguar forçosamente. Hoje não foi excepção. Essa vontade entrou em mim com a mesma força de todos os outros dias, mas eu preferi mantê-la. Preferi guardá-la no meu peito, mesmo me consumindo, para que o nosso reencontro seja diferente de todos os outros, para que o desejo que tens por mim e eu por ti seja maior e nos percamos no corpo um do outro sem pudores nem receios.
Há que manter a chama de cada relação acesa e tu, meu amor, sabes mantê-la como ninguém. Na verdade, fazes com que ela se torne mais forte e maior a cada dia e nunca permites que se apague, mesmo com mil e uma despedidas pelo meio ou com mil e uma vontades de me perder em ti.
Amanhã ou depois, quando voltar a apanhar o comboio ou tu o autocarro para que possamos estar juntos outra vez, sei que vou correr para os teus braços enquanto tu me esperas sem os fechares, a tua boca vai deslizar por cada canto do meu rosto e vais-me puxar cada vez para mais perto de ti, para que sintas o meu coração a bater contra o teu peito, quase a sair do meu. Vais-me contemplar e desejar estar noutro lugar, apenas com uns raios de sol a incidirem nas nossas peles enquanto as nossas roupas se rasgam sem grandes esforços e a loucura aumenta sem grandes trabalhos. Vais-me agarrar e aproximar o meu corpo do teu, seguidos dos teus lábios a tocarem cada pedaço meu. E nesse momento estaremos entregues um ao outro, como nunca antes estivemos, de uma forma que nenhum reencontro poderá apagar.


Comentários

Anónimo disse…
Apaixonante!

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